8 de nov. de 2008

A Instituição Social Igreja

As religiões são importantes manifestações sociais que atuam na organização social. Suas origens também se remetem às primeiras comunidades humanas, nos quais, por meio de rituais e expressões, os homens daquela época procuravam manifestar culto a uma ou mais divindades.
Hoje, o fenômeno religioso é crescente. Segundo alguns sociólogos, com o fim das ideologias após a queda do comunismo, no final do século XX, as religiões encontraram um grande espaço de atuação, servindo como referência para a formação de valores e comportamento das pessoas.
Entre 1945 e 1989, o mundo viveu sob uma ameaça constante de guerra entre as duas maiores potências da época: Os EUA, representantes e divulgadores do sistema capitalista, e a antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), representante e divulgadora do sistema comunista. Aos constantes atritos e conflitos entre essas duas potências damos o nome de Guerra Fria, pois, oficialmente, os dois países nunca declararam guerra um ao outro. Em 1989, com a queda do muro que divida a cidade de Berlim (Alemanha) em duas partes, uma capitalista e outra comunista, o mundo percebeu que era o fim da defesa do regime comunista. Em 1991, a URSS se desintegrou e deu origem à Federação Russa, bem como a vários novos países. Dessa forma, o capitalismo assumiu um caráter praticamente hegemônico no mundo.
Não vamos aqui discutir religião ou defender essa ou aquela Igreja. O objetivo é entender como alguns importantes sociólogos perceberam o fenômeno religioso e destacar os principais movimentos religiosos dos nossos dias.
Durkheim, analisando os fenômenos religiosos, percebeu que "uma religião é um sistema solidário de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, interditas, crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a ela aderem".
Para Durkheim, a grande característica da religião é o seu poder de unir um determinado grupo social em função de um sistema de crenças comuns. Dessa forma, para ele, a religião não deixa de ser uma manifestação da própria organização social, pois ela reflete no convívio das pessoas as crenças que elas possuem. Por exemplo, para os seguidores das grandes religiões mundiais, o ato de matar é considerado uma grave falha religiosa. De certa maneira, essa crença extrapola os limites dos "crentes" daquela crença e atinge todo o corpo social, fazendo com que, na nossa sociedade, o ato de matar alguém seja tido como errado. Por isso, ele afirma que "os interesses religiosos não passam de forma simbólica de interesses sociais e morais".
É por isso que podemos compreender uma sociedade também a partir do entendimento de seus sistemas de crenças.
Max Weber, ao estudar o espírito do capitalismo, percebeu que parte do comportamento social que ajudou no desenvolvimento daquele sistema tinha suas origens nas práticas puritanas dos burgueses protestantes. Esses burgueses acreditavam que o trabalho duro, a economia do dinheiro e uma conduta severa diante da sociedade eram importantes formas de servir a Deus. Então, para esse sociólogo, o comportamento do burguês protestante (a ética, portanto) possibilitou o desenvolvimento do espírito do capitalismo ou seus princípios/valores básicos.
Portanto, para Weber, o fenômeno religioso tem uma grande importância para o entendimento da nossa sociedade.
Karl Marx também se referiu ao fenômeno da religião no século XIX, na Alemanha. Naquela época, Estado e Igreja ainda eram muito próximos e, muitas vezes, o clero concordava com as ações do Estado. Ora, naquela época, a industrialização estava em pleno desenvolvimento e não havia garantias ou boas condições de vida aos trabalhadores. Ao perceber que a Igreja não se manifestava favorável aos mais explorados, Marx entendeu que ela servia apenas para "seduzir e alienar" as pessoas, descumprindo, segundo o princípio marxista, o seu papel social. Daí a famosa frase de Marx: "A religião é o ópio do povo".

As grandes religiões do mundo
Há muitas formas e manifestações religiosas em todo o mundo. Existem grupos que acreditam em vários deuses ou semi-deuses. Esses são chamados de politeístas e estão presentes na índia, por exemplo. A principal religião nesse subcontinente é o hinduísmo, que assume formas muito particulares de culto em cada região.
Outras religiões acreditam na existência de um único deus, como no caso do judaísmo, do islamismo e do cristianismo. São, portanto, religiões monoteístas.
Atualmente, essas três religiões monoteístas, e também o budismo, respondem pela maior parte dos fiéis e crentes do planeta. Estima-se que o islamismo é uma das religiões que mais cresceu nos últimos anos.
Todas as religiões têm algumas estruturas em comum. A primeira delas são os dogmas, que são as verdades que aquela religião prega. Poderíamos dizer que os dogmas são as explicações que as religiões dão aos fenômenos da fé e da vida das pessoas. Por exemplo, para o Cristianismo, Jesus Cristo é o filho de Deus. Isso é um dogma, é uma verdade professada pelos crentes no cristianismo. O segundo elemento da estrutura de uma religião são os preceitos e as tradições. Estes representam a forma como a religião deve ser vivida e organizada. Assim, é um preceito do islamismo que todo muçulmano que tiver condições financeiras deve ir a Meca pelo menos uma vez na vida. Assim, vão se organizando os ritos, práticas e ações que envolvem as religiões.
Finalmente, um outro fenômeno importante do mundo religioso contemporâneo é o crescente uso dos meios de comunicação social de massa pelas Igrejas. Vários programas são veiculados na televisão, rádio, filmes, jornais, Internet, como um meio de difusão das crenças religiosas. Isso demonstra que o fenômeno religioso, apesar de ligado a tradições e muitas vezes resistente a certas transformações sociais, é dinâmico e histórico e, por isso, muda também ao longo do tempo.
Trabalho sobre as Instituições Sociais

Pesquisar sobre a Instituição social Igreja, quais são as religiões mais difundidas no mundo e o papel da igreja junto a sociedade.
Sugestões:
* Organizar uma coletânea de fotos das diversas religiões;
* Entrevistar pessoas idosas, questionando sobre a importância da religião;
* Pesquisar a estrutura e os rituais de diferentes religiões;
* Pesquisar sobre Religiões presentes em nossa cidade e quais as religiões presentes na escola;
* Entrevistar pessoas de diferentes religiões sobre que tipo de trabalho social é desenvolvido por sua igreja.

Construir um vídeo clipe com os resultados da pesquisa para apresentar no dia 01 de dezembro.
Valor do trabalho 40 pontos.

A Instituição Social FAMÍLIA

Se as instituições sociais são uma série de relações que os indivíduos assumem para si, cumprindo padrões, comportamentos e compartilhando dos modos de fazer as coisas a partir de um padrão, podemos perceber ao longo da história como essas instituições foram se impondo e se firmando nos meios sociais.

Observe as imagens abaixo:




Século XVIII




Século XIX
Século XX
A primeira constatação que podemos fazer é que, ao longo da história, modificou-se a forma de constituir uma família. Os interesses envolvidos na união matrimonial mudaram sensivelmente. Por exemplo, no século XVIII, os casamentos tinham como premissa o interesse econômico e social acima de qualquer coisa, e a família era o núcleo de garantia da sociedade.
Já ao longo do século XIX o interesse material e financeiro passou a ser substituído pelo princípio afetivo do amor.
A sociedade passou a valorizar mais as uniões verdadeiramente constituídas por amor que aquelas exclusivamente por interesse. Por sinal, em nossa sociedade, um casamento unicamente com vistas a interesses materiais e econômicos é visto com maus olhos: casamento de fachada ou por interesse. Assim, houve uma grande transformação na forma como a sociedade passou a conceber as relações matrimoniais e familiares.
Já no século XX, principalmente a partir dos anos 50, o modelo familiar sofreu uma de suas maiores transformações históricas: a mudança no papel da mulher. A saída da mulher para o mercado de trabalho, a pílula anticoncepcional, o divórcio são alguns dos elementos que influenciaram a chamada Revolução Sexual vivida ao longo do século passado. Assim, hoje é perfeitamente possível e aceitável pela sociedade uma mulher e seu(s) filho(s) serem o núcleo ou unidade familiar.
Apesar de todas essas transformações, um aspecto permanece nos três modelos analisados. Você consegue perceber que aspecto é esse? Ambos os modelos são formas de instituições familiares. Ou seja, ao longo dos anos, mudaram-se as regras, as normas de como essas unidades sociais chamadas família poderiam se formar, mas o princípio do núcleo familiar ainda permanece.
Segundo Friedrich Engels, amigo pessoal e parceiro em vários escritos de Karl Marx, importante pensador do século XIX, a família teve sua origem na tentativa de organização da vida social e controle da produção dos bens. Para ele, no passado, a primeira forma de organização social tinha por base um governo familiar comandado pelas mulheres. Por isso, Engels faz uma dura crítica ao papel que a mulher assumiu ao longo da história. Talvez, se tivesse vivido até o século XX, tivesse aclamado as transformações ocorridas nas relações de gênero.
Não é melhor o estado de coisas quanto à igualdade jurídica do homem e da mulher no casamento. A desigualdade legal, que herdamos de condições sociais anteriores, não é causa e sim efeito da opressão econômica da mulher. Nos antigos lares comunistas, que compreendia numerosos casais com seus filhos, a direção do lar, confiada às mulheres, era uma indústria socialmente tão necessária quanto a busca de víveres, de que ficavam encarregados os homens. As coisas mudaram com a família patriarcal e ainda mais com a família individual monogâmica. O governo do lar perdeu o seu caráter social. A sociedade já nada mais tinha a ver com ele. O governo do lar transformou-se em serviço privado; a mulher converteu-se na primeira criada, sem participação na produção social. Só a grande indústria dos nossos dias lhe abriu de novo - embora apenas para a proletária - o caminho da produção social. Mas fê-lo de maneira tal que, se a mulher cumpre os seus deveres domésticos no seio da família, fica excluída do trabalho social e nada pode ganhar; e, se quer tomar parte na indústria social e quer ganhar a sua vida de maneira independente, lhe é impossível cumprir com as obrigações domésticas. Da mesma forma que na fábrica, é isso o que acontece à mulher em todos os setores profissionais, inclusive na medicina e na advocacia. A família individual moderna baseia-se na escravidão doméstica, franca ou dissimulada, da mulher, e a sociedade moderna é uma massa cujas moléculas são as famílias individuais.
ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do estado. São Paulo: Global Editora, 1985, p.113.

Somente no século XX a mudança do papel da mulher tornou-se realmente majoritário no Ocidente. Ao longo dos séculos, as mulheres foram alvo de várias ações que visavam ao controle do espaço e da vida.
Apesar de todas as diferenças que cada período histórico carrega em si, a transformação comandada pelas mulheres ao longo do século XX, no Ocidente, e mais especificamente, a partir das décadas de 50-60, pode ser considerada um dos fenômenos mais revolucionários da história ocidental.

OS MODELOS DE FAMÍLIA

Família Tradicional
Os primeiros modelos de família que se tem conhecimento vêm desde a Pré-História e se constituíam em extensas reuniões de pessoas que partilhavam o mesmo espaço e cultuavam o mesmo ancestral.
O historiador do século XIX, Fustel de Coulanges, que inspirou parte dos estudos de Durkheim, lembra que as primeiras famílias reuniam-se em torno do Fogo Sagrado, fogo esse que representava o próprio ancestral, cultuando-se uma figura masculina.
Provavelmente foi por meio do culto aos mortos e a manutenção de rituais que as famílias passaram a ter na figura do homem a centralização familiar. Vale lembrar que assim como apontou Engels, vários estudiosos acreditam que no passado humano as mulheres tinham o comando do núcleo familiar, devido aos cultos de fertilidade e à capacidade de procriação feminina, que, diferentemente do homem, é visível (no caso da gravidez).
Ao longo da história, os homens foram exercendo um poder que excluía a mulher do espaço público e, mesmo no espaço privado, restringiam suas ações apenas sob a supervisão e o olhar controlador do homem - quer fosse o pai quer o marido. É evidente que esse processo contou com a resistência de muitas mulheres. Mas apesar dessas lutas que ficaram silenciadas na história, a figura do patriarca - o pai da família - foi se reforçando a ponto de determinar a estrutura de poder da sociedade. É por isso que dizemos que vivemos em uma sociedade patriarcal, cuja grande característica é a centralização da idéia de poder na figura do homem. Dessa forma, a Revolução do feminismo e os demais movimentos de contra-cultura dos anos 60 colocaram a sociedade patriarcal em crise, fazendo surgir vários movimentos de contestação e identificação social, como o movimento feminista, o movimento gay, os hippie, etc.
Outra característica da instituição familiar em nossa sociedade é que ela se baseia na monogamia. Mono quer dizer "um", isso significa que entre nós, ocidentais, um cônjuge só poder ter outro cônjuge. No caso específico brasileiro, o Código Civil considera como família a união de um homem e uma mulher, excluindo, dessa forma, as uniões homossexuais.
Porém, existem sociedades nas quais a poligamia é a regra. Poli quer dizer vários; assim, poligamia é o regime familiar em que um cônjuge pode desposar mais de um parceiro. Por exemplo, as sociedades muçulmanas permitem que os homens tenham mais de uma esposa, desde que possa tratar todas com igualdade. Quando é o homem que pode ter várias mulheres, chamamos de poliginia. Também existem sociedades em que é a mulher que tem o direito de ter vários esposos, como é o caso de um grupo específico de mulheres tibetanas. Também entre os esquimós e algumas tribos africanas encontramos esse comportamento. A essa forma de organização familiar chamamos de poliandria.

Família Contemporânea

A partir dos anos 50-60 do século passado, a família e as relações familiares foram alvos de constante transformação social, gerando novos padrões de organização. Não é o intuito julgar quais modos de organização familiar são corretos ou não, mas, sim, perceber como esse fenômeno vem se desenvolvendo na sociedade. Hoje, portanto, é possível encontrar unidades familiares que até pouco tempo atrás não existiam e que questionam o modelo da família tradicional ocidental.

Famílias formadas apenas por um dos cônjuges e filhos
• Mãe e filhos: Com o advento do divórcio e sua popularização depois dos anos 60, vários casamentos dissolvidos geraram uma unidade familiar formada pela mãe e seus filhos.
• Como efeito, os filhos passam a ter duas casas, dois quartos e passam os fins de semana, ou alguns dias na casa do pai e outros na casa da mãe.
• Também com a Revolução Sexual, a mulher solteira foi dada a possibilidade da maternidade. Hoje é possível a chamada "gravidez independente" via inseminação artificial, que permite à mulher reproduzir-se sem ter de possuir um parceiro.
• Os anos 90 viram a transformação da figura masculina. Muitos homens passaram a requerer judicialmente a guarda de seus filhos, demonstrando um lado mais afetivo da figura paterna e contrariando o padrão tradicional do homem nas famílias patriarcais.
• Famílias formadas por um dos cônjuges quando do falecimento do outro cônjuge. Até o final do século XIX, uma mulher viúva deveria procurar um novo matrimônio para auxiliar na criação e sustento dos filhos. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, isso permitiu a muitas viúvas tentarem por si mesmas a criação dos filhos.
• Com o novo Código Civil, hoje é possível uma pessoa solteira adotar uma criança, desde que comprove que tem condições econômicas, sociais e emocionais de educá-la.

Famílias formadas apenas por filhos
• Devido à ausência dos pais, os filhos se forem maiores de idade, podem constituir um núcleo familiar em que as figuras materna e paterna não existam.

Famílias homossexuais
• Com a Revolução Sexual dos anos 60, os grupos homossexuais ganharam força, principalmente nos Estados Unidos, onde, organizados, reivindicaram uma série de direitos civis. Desde então, os grupos homossexuais se multiplicaram em defesa dos direitos e contra o preconceito sexual.
• Cada vez mais a sociedade vem aceitando a união de homossexuais e reconhecendo seus lares como um núcleo familiar. O caso mais famoso foi o da cantora Cássia Eller, que, devido ao seu falecimento, a sua companheira com quem vivia há 14 anos, Eugenia, ganhou na justiça a guarda do filho da cantora, Chicão, que era reivindicada pelo avô (pai da cantora).
• Legalmente, não é reconhecido o casamento homossexual, mas já existe jurisprudência - prática jurídica - de entender essas relações como familiares. Dessa forma, muitos parceiros ganham os direitos de seguro-saúde, assistência social, pensão e outros benefícios que os demais modelos familiares têm assegurado.
Trabalho sobre As Instituições Sociais

Pesquisar sobre a Instituição social Família, abordando a Família Tradicional e a Família Contemporânea.

Sugestões:
* Organizar uma coletânea de fotos antigas e atuais que representem os diferentes modelos de família;
* Entrevistar pessoas idosas, questionando sobre o tema;
* Entrevistar um advogado especialista em família a fim de saber quase as principais alterações introduzidas no Código Civil Brasileiro.
* Buscar no Cartório o número de casamentos que acontecem em nossa cidade a cada ano.
* Pesquisar as tradições da Cerimônia de casamento para diferentes povos e os símbolos utilizados.

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Valor do trabalho 40 pontos.

A Instituição Social Estado

A ORIGEM DO ESTADO MODERNO

Os povos do mundo nem sempre viveram sob o regime de um estado. E mais, o modelo de Estado como concebemos hoje – democrático, participativo, de direito – é mais recente ainda. A origem dessa forma de governo da vida das pessoas remonta aso séculos XIV a XVIII.
Foram as transformações ocorridas na sociedade que criaram a necessidade de articulação de uma estrutura forte e complexa para reger a vida das pessoas. O comércio nascente, que daria origem ao capitalismo mercantil da classe burguesa, geraram uma importante mudança na organização política da Europa Moderna.
A partir de uma aliança entre reis e classe burguesa, estruturava-se essa nova forma de organização: O Estado Moderno. Porém, para que ele se efetivasse eram necessários que se justificasse sua existência e, ainda mais, que se atribuísse papéis exclusivos da ação estatal sobre a vida das pessoas.
Para Hobbes, importante pensador da época, o Estado era necessário para administrar a vida das pessoas, já que segundo ele "O homem é o lobo do próprio homem ". Ou seja, quem mais ameaça os homens são os próprios homens e, dessa forma, é necessário uma organização mais forte que as vontades individuais das pessoas.
Porém, para que esse Estado possa existir, é necessário que as pessoas abram mão de parte de seus direitos e vontades individuais, para que o Estado, representando-as, aja em seu nome.
Para Rousseau, o Estado é resultado de um grande contrato firmado pela sociedade. Os homens devem abdicar de fazer a justiça com as próprias mãos - pondo fim aos duelos e outras formas de vingança da Idade Média - e confiar essa ação ao Estado. Dessa forma, é a administração estatal que deve impor a justiça e combater a violência.Ao sentir-se respaldado pelas ações do Estado, os homens cedem parte de suas liberdades individuais - submetendo-se a regras organizadoras da vida social - em busca do bem comum.
O sociólogo Norbert Elias percebeu que, de uma certa forma, o Estado, tal qual está organizado em nossa sociedade, não é comandado por uma única pessoa, ou uma única força, mas sim que ele é resultado de uma série de ações e interações que formam uma verdadeira "rede" de poder. Assim, pessoas subordinam-se ao poder de outras por interesses específicos, e outras passam a exercer o comando.

Poderíamos elencar as seguintes funções:
• Segurança: Cabe ao Estado assegurar a segurança de sua população, já que ele concentra o monopólio da violência, ou seja, os indivíduos abdicam de fazer a justiça em próprio nome, por confiarem que o Estado fará a justiça em seu nome. Além disso, faz parte da segurança também garantir a unidade do território nacional, bem como mantê-lo em paz e defendê-lo em caso de guerras. É por isso que a maior parte dos Estados mantêm um exército permanente.
• Educação: Cabe ao Estado assegurar as condições de desenvolvimento físico e intelectual dos cidadãos, haja vista que todos contribuem financeiramente (através dos impostos) e com seu trabalho para o desenvolvimento do Estado. É por isso que é o Estado o responsável por planejar e executar as diretrizes da educação de um país.
• Trabalho: Na sociedade capitalista, o trabalho adquiriu a condição de pertencer à sociedade. Somente os lucros e bens advindos por meio dele é que são considerados dignos dos cidadãos. Lembre-se de que não é possível o furto e o roubo na sociedade organizada, pois isso seria uma forma indébita de ter algo. É por isso que criar as condições de trabalho é uma função do Estado, pois ele deve criar as possibilidades das pessoas construírem suas vidas com dignidade. Trabalhar não depende exclusivamente da vontade das pessoas, mas, sim, das condições que lhe são oferecidas.
• Saúde: O Estado é também responsável pelo oferecimento de um sistema de saúde de sua população, afinal, foi para garantir os direitos e a dignidade que os cidadãos abdicaram de parte de suas liberdades ao Estado. Dessa forma, criar boas condições de moradia, alimentação e lazer, fazem parte de um programa de saúde amplo e complexo que previne a enfermidade. Lembre-se de que o Estado não pode apenas tratar os doentes, mas, sim, tem de evitar que seus cidadãos adoeçam.
• Liberdade religiosa: Apesar de muitos estados manterem uma religião oficia" ou ainda serem frutos de movimentos religiosos, a liberdade de culto é um direito humano universal que vem sendo incorporado por vários governos. No caso brasileiro, esse direito é constitucional e o nosso país caracteriza-se por possuir um sincretismo religioso muito acentuado.

É muito comum as pessoas confundirem certos conceitos, achando que o governo é o Estado ou entendendo a nação como um domínio territorial.
Quando falamos de Estado, estamos nos referindo a uma instituição social, organizada juridicamente, soberana, isso quer dizer, que tem poder de decidir por si mesmo o destino de seu povo.
Dessa forma, quando falamos no Estado Brasileiro, estamos falando das regras, normas, organismos que nós, povo brasileiro, criamos para administrar a nossa vida coletiva. Como nos disse Norbert Elias, o Estado não é uma entidade que tem vida fora da vida das pessoas. As ações do Estado são executadas no dia-a-dia da população.
Na realidade, o Estado está presente em todos os momentos. Arrecadando os impostos, fazendo as licitações para escolher a melhor e mais barata empresa para construir a escola, gerando empregos por meio dessa construtora contratada e finalmente devolvendo ao cidadão aquilo que ele contribuiu em forma de serviço social.
Dessa forma, podemos perceber que o Estado está nas relações que estabelecemos cotidianamente e, cabe a nós, percebermos se ele cumpre ou não com suas funções. Dessa forma, o Estado permanece, pois é institucional, ou seja, dá-se na relação com os cidadãos para melhor gerir a sua vida.
O governo é formado pelos indivíduos que são escolhidos para gerir os recursos financeiros, pessoais e materiais do Estado. No caso brasileiro, como somos um Estado democrático, onde todos os cidadãos aptos a votar participam da escolha dos governos, há um revezamento nesse comando de tempos em tempos. Assim, os governos são sempre momentâneos, eles passam, diferentemente do Estado que é permanente, enquanto instituição.
O governo, no caso do Brasil, dá-se em três instâncias: municipal, estadual e federal, e distrital no caso do Distrito Federal. Portanto, prefeitos, vereadores, governadores de estado, deputados estaduais, federais, senadores, magistrados, presidente da república e ministros são efetivamente os integrantes do governo brasileiro em suas três instâncias.
Finalmente, nação são as características comuns que um povo partilha e que lhe dá identidade. A nação é, de uma certa forma, a união de sentimentos e características comuns que possuímos. A nação brasileira é formada por todos aqueles que se sentem pertencentes a uma série de costumes e formas de se manifestar, típicas do povo brasileiro. Portanto, quando falamos de nação estamos falando de um povo.

OS PODERES DENTRO DO ESTADO DEMOCRÁTICO

Para Barão de Montesquieu autor do século XVIII, a melhor forma de controle do poder do Estado está no próprio Estado: dessa forma, o poder deveria ser divido em três instâncias de igual valor que se auto-regulamentariam e exerceriam o controle fiscalizador um sobre os outros.
Para Montesquieu, os poderes do Estado devem ser os seguintes:
Poder Executivo: é encarregado de executar aquilo que o legislativo criou como lei e o judiciário impôs como norma/regra. No caso do Estado Brasileiro, esse poder é representado pelo Presidente da República, governadores de estado e prefeitos. No caso de monarquias parlamentares, como a Grã-Bretanha, o rei reina, mas não governa, sendo o poder Executivo exercido pelo primeiro ministro.
Poder Legislativo: é encarregado de legislar, ou seja, criar as leis e condições legais de ação do Estado, permitindo ao executivo trabalhar sob o regime da lei e subsidiando o judiciário das leis que ele deve exercer na sociedade. No caso brasileiro, em nível federal, o legislativo é dividido em duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado. Quando as duas casas se unem sobre alguma matéria, tem-se constituído o Congresso Nacional, sob presidência do presidente do Senado. Nos estados são os deputados estaduais e nos municípios, os vereadores, a exercerem o Poder Legislativo.
Poder Judiciário: é encarregado de julgar se as leis criadas pelo Legislativo estão sendo devidamente compridas pelo executivo e deve ministrar a justiça. O poder judiciário é exercido nas esferas federal, estadual e municipal pelos tribunais, através dos ministros do Supremo Tribunal Federal, desembargadores e juízes.
Assim sendo, para Montesquieu o equilíbrio e a igualdade dos três poderes do Estado garantem que o mesmo não se constituia em um Estado Absolutista ou autoritário, já que existe a possibilidade de controle do poder.
Trabalho sobre as Instituições Sociais

Pesquisar sobre a Instituição social Estado, caracterizando-o e abordando as funções do estado em prol da segurança, educação, trabalho, saúde e liberdade religiosa. Destaque também os três poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Sugestões:
* Entrevistar pessoas ligadas as funções que o estado deve desenvolver para saber como estão funções em nosso município: Segurança (policial); Educação(Secretaria Municipal de Educação); Saúde(secretaria da Saúde ou hospital); Trabalho ( Secretaria de Desenvolvimento Econômico ou um empresário); etc.
* Pesquisar sobre os três poderes... Entrevistar o Prefeito Municipal, um vereador, um juiz ou advogado.


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